
Convite
Vem comigo para dentro
Da palavra multidão
De mãos dadas somos vento
Somos chuva de trovão
Se uma andorinha sozinha
Não pode fazer verão
Vem comigo mais ainda
Para dentro da expressão
Cada letra tem seu ninho
De palavras no porão
Vem tirá-las de seu limbo
Vem fazer tua oração
Dentro de cada palavra
No seu timbre e elocução
Saberás de peixe, cabra
De liberdade e quinhão
E até na palavra nova
Como ilharal e zirlão
Alguma coisa se dobra
Tem sentido a sedução
Pega portanto uma letra
Pega a palavra invenção
E transforma em borboleta
Um risco arisco no chão
É no centro da linguagem
No seu silêncio e pressão
Que se dedilha uma casa
Que se desenha a canção (Giberto Mendonça Teles)
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